BIGORRILHO OU CHAMPAGNAT? EIS A QUESTÃO
Causa de discussões ferrenhas entre os tradicionais moradores da região e novos urbanistas, a tentativa de renomear o bairro Bigorrilho para Champagnat moveu até a ideia de realização de um plebiscito popular no ano de 2001. A mobilização foi tamanha que esta ideia foi para dentro da Câmara Municipal de Curitiba, onde foi rejeitada por ampla maioria. Mas, você sabe da onde veio a origem do nome Bigorrilho e do apelido Champagnat? Estas e outras curiosidades sobre o bairro é o que vamos transcorrer no post desta semana em nossa coluna Conheça Curitiba – Bairros.
Registros de Atas das Sessões da Câmara de Curitiba do ano de 1860 nos remetem a uma solicitação por terras no “Bigurrilho”, assim chamado um ribeirão que lá existia e de onde alguns dizem provir o nome do bairro. Outras tantas histórias remetem a várias origens, uma delas atribui a uma benzedeira de mesmo nome moradora do local, outra a uma “valente” dona de um bordel chamada Bigorrilha e ainda, a citada no livro “Coisas da Cidade” de Evaristo Biscaia, onde ele relata que lá morava uma imigrante ucraniana de nome Bigorela.
De colonização predominantemente alemã, polonesa e ucraniana, ocorrida no final do século XIX, o local era chamado de Campo da Galícia. As primeiras transformações para o que conhecemos hoje aconteceram na década de 1920, com o loteamento de grandes áreas na Planta Vila Schimmelpfeng, propriedade da família de Albino Schimmelpfeng. Antigas casas e um pequeno comércio dividia espaço com chácaras de produção leite. Já a Planta Jardim Champagnat, da década de 1960, resultou da venda parcial de uma área pertencente a Ordem Marista, no antigo Mercês.
A origem do “apelido” Champagnat vem desta venda. Na década de 1950, os Irmãos Maristas eram proprietários de uma chácara na qual funcionava o Juvenato, prédio este que até poucos anos atrás era a sede da antiga Universidade Tuiuti do Paraná. Ainda nestas terras, delimitadas pela Praça da Ucrânia até a rua Presidente Taunay e rua Padre Anchieta até o Colégio Positivo Júnior o bairro foi se consolidando. A rua frontal a casa de formação, que hoje tem o nome de Marcelino Champagnat em homenagem ao padre francês de mesmo nome, o qual foi canonizado pelo Papa João Paulo II em 18 de abril de 1999 como São Marcelino Champagnat, era conhecida à época apenas como “Estradinha”. Daí vem a vontade de rebatizar o bairro, uma homenagem ao religioso canonizado pelo Papa.
Hoje o Bigorrilho conta com a maior concentração de prédios da capital paranaense, não sendo o primeira em densidade demográfica devido grande parte de suas terras pertencerem ao charmoso Parque Barigui, o parque mais movimentado da cidade.
Parque Barigui
Muitos são os “atributos” que o Bigorrilho tem e que encanta e fideliza tanto a quem lá chega. A proximidade do centro da cidade, a facilidade de transporte, a grande infraestrutura disponível, com seus comércios, escolas, supermercados e áreas de lazer fazem com que o bairro tenha vida própria.
A Praça da Ucrânia, praça que leva em seu nome a homenagem aos colonizadores da região, é ponto conhecido pelos frequentadores do bairro. Todas as sextas-feiras é o endereço de uma das feirinhas gastronômicas mais conhecidas da cidade, todo final de tarde as mais diversas barraquinhas de comida dão início ao final de semana do curitibano. Nos sábados de manhã a praça dá lugar a uma feira de produtos orgânicos.
Praça da Ucrânia
Nas esquinas das ruas Júlia da Costa e Bruno Filgueira está a Igreja dos Passarinhos. Conhecida pela sua arquitetura diferenciada, toda revestida em tijolo a vista, eternizada pelos tradicionais sermões do folclórico Padre Gabriel, que hoje os prega na cidade litorânea de Paranaguá, e como o próprio nome diz, pelos vários passarinhos presentes, em sua época, no interior da igreja.
Igreja dos Passarinhos
O bairro ainda é repleto de supermercados. Grandes redes estão presentes tais como Muffato, Festval e Condor.
Excelentes opções de restaurantes são fáceis de encontrar. A rede de sanduíches Madero está presente ao lado da Praça da Ucrânia e em frente a Praça da Espanha, onde está com sua marca Jerônimo, praça esta disputada entre os bairros Batel e Bigorrilho.
Madero
O mexicano Totopos, os tradicional Pata Negra e Praça do Victor além do K.sa Restaurante da Chef Claudia Krauspenhar, participante do programa exibido pela Rede Globo “Mestre do Sabor”. Estes são alguns dos restaurants que levam a região a entrar na rota das melhores opções para degustar ótimos pratos em Curitiba.
Resturante Totopos
K.sa Restaurante
Restaurante Pata Negra
O Champagnat ainda é servido por diversas clínicas médicas e o hospital Universitário Evangélico Mackenzie.

O bairro ainda é abastecido por uma grande oferta de redes de ensino. O Colégio Positivo Júnior é um dos diversos colégios da região, sendo este alocado bem no coração da antiga chácara Marista.
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