A Curitiba do Império e da República
Hoje vamos conhecer um pouco mais da história de Curitiba, dos tempos do Império chegando aos dias de hoje, já no período Republicano.
Passaremos pelo período do Imperial, quando nossa cidade era chamada de Nossa Senhora da Luz de Pinhais de Curitiba, então sede de Comarca, com suas 220 casas. Pela emancipação política, do crescimento a partir da exploração e comercialização da erva-mate, a formação das áreas agrícolas e das atividades industriais.
No período Republicano veremos fatos marcantes de nossa história como a mudança da sede de governo do estado para Castro e a idealização da Universidade Federal do Paraná.
Período Imperial
Panorama de Curitiba, em gravura de Jean-Baptiste Debret, 1827.
Curitiba foi elevada à categoria de sede de comarca por meio de Alvará Imperial, em 19 de dezembro de 1812, e elevou-se à categoria de cidade pela Lei Provincial nº 5 de 5 de fevereiro de 1842. Pela Lei Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, Curitiba elevou-se à categoria de capital da recém-criada Província do Paraná, desmembrada da Província de São Paulo. Foi uma luta de muita dureza, a luta pela emancipação política paranaense, em esta vitória seu nome foi deixado por uma grande quantidade de pessoas e gravou-se nos anais da história. Em 1853 as reuniões do poder legislativo municipal ocorriam perto do pátio da matriz. O parlamento da cidade era composto pelos seguintes vereadores: Benedito Enéas de Paula, Fidélis da Silva Carrão, Manuel José da Silva Bittencourt, Floriano Berlintes de Castro, Francisco de Paula Guimarães, Inácio José de Morais, Francisco Borges de Macedo, Antônio Ricardo Lustosa de Andrade, tendo na presidência o coronel Manuel Antonio Ferreira.
Em 1820, já a cidade que então chamava-se Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, dispunha de 220 casas. Mas, quando começaram a explorar e comercializar a erva-mate e a madeira, foi provocado um novo crescimento impulsionado. 22 anos depois, com 5.819 habitantes, elevou-se à categoria de cidade. Em 1854, foi escolhida para ser a capital da Província do Paraná.
O governo provincial paranaense foi a organização local e autoridade política promotora, na época, da imigração que veio da Europa, em especial, da Itália e da Polônia. Fundaram-se, desde 1867, 35 núcleos coloniais nas terras de floresta ombrófila mista na periferia dos campos de Curitiba. Foi de conhecimento da cidade um novo surto progressista. Foi desenvolvida a agricultura e iniciada a industrialização.
Desde a imigração que desencadeou no Paraná em 1829, Curitiba foi a cidade receptora, em uma grande diversidade de lados, de muitas famílias, em uma grande diversidade de épocas e com uma diferença maior de pessoas que vieram de outros países como a Alemanha, a Itália, a Polônia e a Ucrânia, recebendo inclusive migrantes voluntários, o que exerceu influência na sua sociedade, na sua cultura e na sua economia, ao longo do tempo.
Período Republicano
Mapa de Curitiba em 1894.
Em 1894, devido à Revolução Federalista, as tropas revolucionárias, sob o comando de Gumercindo Saraiva, invadiram e dominaram Curitiba. Naquela época, por ordem da totalidade da cúpula governamental, sob a liderança do governador em exercício, Dr. Vicente Machado, foi abandonada a capital, encontrando refúgio em Castro durante quatro meses, de 18 de janeiro a 18 de abril. O retorno do governo estadual somente veio a Curitiba depois que terminou o cerco.
Um dos acontecimentos de maior expressão da história de Curitiba teve lugar em 1912, quando foi fundada a Universidade Federal do Paraná, da qual Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo e Pamphilo de Assumpção foram responsáveis pela idealização e realização. Depois de implantada a República no Brasil, o primeiro prefeito que governou Curitiba foi Cândido Ferreira de Abreu (maio de 1893 a dezembro de 1894). Em 1911, o município constituía-se somente pelo distrito-sede; já em 1929 o território municipal subdividia-se em seis distritos de paz. Eram eles: Campo Magro, Nova Polônia, Portão, São Casimiro do Taboão, Santa Felicidade e o distrito da Sede. Segundo a Divisão Territorial de 1936, na comarca de Curitiba eram compreendidos três termos, o da sede (Piraquara, Rio Branco e Tamandaré), o de Araucária e o de Colombo (Bocaiuva e Campina Grande). Por força da Lei Estadual nº 1452, de 14 de dezembro de 1953, foi estabelecida a nova divisão judiciária do município, com a criação de dez Distritos Judiciários, que eram: Sede, Portão, Taboão, Barreirinha, Boqueirão, Cajuru, Campo Comprido, Santa Felicidade, Umbará e Tatuquara.
Vista geral de Curitiba em 1900, com dados de progressão populacional: 1780 (2.949 hab.), 1857 (10.000 hab.), 1858 (11.313 hab.), 1872 (11.730 hab.), 1890 (24.553 hab.), 1900 (50.124 hab.).
No século XX, depois da Segunda Guerra Mundial, a cidade progrediu-se devido, basicamente, à produção expandida do café, no Norte do Paraná, e à agricultura incentivada, em especial no oeste do estado.
Em 1972, passou então a ser desenvolvido em Curitiba um plano humanizador que o então prefeito Jaime Lerner iniciou naquele ano. Que, dessa forma, não foi somente modificada a fisionomia do centro da cidade, como também, a mentalidade da população no que tange à melhoria na qualidade de vida. Em 1989, Jaime Lerner, que elegeu-se em 1988, tomou nova posse da prefeitura de Curitiba.
Em 1820 Curitiba foi visitada pelo sábio francês Saint-Hilaire, que maravilhou-se com a cidade, e em certos trechos de suas anotações são ditas as seguintes palavras:
“…As ruas são largas e quase regulares… a praça pública é quadrada,
muito grande e coberta de grama… as igrejas são em número de três,
todas construídas de pedra… em nenhuma outra parte do Brasil eu
havia visto tantos homens verdadeiramente brancos, como no distrito de
Curitiba… pronunciam o português sem a alteração que revela a mistura
da raça caucásica com a vermelha… são grandes e bonitos, tem os
cabelos castanhos e tez rosada, maneiras agradáveis… as mulheres têm
traços mais delicados do que as das outras partes do Império por onde
viajei. Elas se escondem menos e conversam com desenvoltura.”
Auguste de Saint-Hillaire.
Esta descrição reflete o caráter civilizado e determinado do povo curitibano de 1820, pelo qual foi baseada a Curitiba dos últimos anos do século XX. Da Curitiba do Ligeirinho, da Ópera de Arame, da Rua das Flores e da Rua 24 Horas.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Curitiba
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